segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Felipe Massa: 'Eu acredito no meu potencial, e sempre acreditei'

 Após renovar contrato com a Ferrari, piloto conversa com Galvão Bueno na Itália e garante estar preparado para conquistar o título mundial em 2013



Felipe Massa renovou seu contrato com a Ferrari. São dez anos de história do piloto brasileiro, sendo que sete deles como piloto profissional. Em entrevista exclusiva a Galvão Bueno, em Fiorano, na sala do Comendador Enzo Ferrari, o piloto brasileiro revela a emoção de estar mais uma temporada correndo pela equipe e afirma que se sente preparado para lutar pelo mundial de 2013.


No último Grande Prêmio da Bélgica, o piloto ficou em quinto lugar e fez uma das melhores corridas dos últimos anos. De 2010 para cá, após se recuperar do acidente, Massa não teve um bom desempenho. Com a renovação do contrato, ele espera reconquistar a torcida brasileira, ganhar o campeonato e encerrar a carreira de forma brilhante.


Com um novo contrato, você é um Felipe Massa com a cabeça voltada para o título que você quer, sempre quis e acredita que possa chegar?
Massa - O título é o que mais me interessa. Estou lutando e brigando para conquistar o que quero. Eu acredito no meu potencial, e sempre acreditei.


Mais uma vez você assinou o contrato e continua na Ferrari. O que é continuar na Ferrari e disputar mais um título?
É um sonho que continua. A vontade está ainda maior para conseguir um título e para encerrar uma carreira maravilhosa que eu tenho. Mais um sonho e uma realização pela qual  lutei a minha vida toda para conseguir.


O que é ser piloto Ferrari? O que é viver isso aqui? Dormir na casa do comendador e participar dessa vida?
Isso é um sonho. É algo difícil de você conseguir. Poucos pilotos têm a possibilidade de falar que foram um piloto Ferrari por muitos anos. Eu sou o piloto que mais corridas pela Ferrari fez, depois do Schumacher. Nunca imaginei chegar a essa situação. Lógico que me falta um campeonato, sem dúvida, mas eu quero e vou lutar até o fim para conseguir isso.


Quem o procurou? Como é que foi? Você acordou, tocou o telefone e alguém disse: "Aqui é o Jean Todt, da Ferrari e quero conversar com você..."
Na verdade, eu estava sendo procurado por muitas pessoas no meio da Fórmula 1. Tinha uma pessoa que me patrocinava e me dava uma ajuda para viver na Fórmula 3000. Essa pessoa conhecia o Jean Todt, e com isso arrumou uma reunião.

E a perna? Tremia muito?
Tremia muito. Eu ali conversando com ele em italiano. Lembro que entrei na sala dele, que hoje é a sala do Dominicali. Ele me fez várias perguntas. E falou: “Bom, prazer em conhecê-lo e vou analisar o seu ano. Então, trate de vencer o campeonato e depois a gente volta a conversar.” Eu venci o campeonato, voltei para conversar e assinamos o contrato, que era de oito anos.


A Ferrari é tão importante que, quando você saiu da Sauber para voltar para a Ferrari, recebeu uma proposta da BMW com muito mais dinheiro que poderia ganhar na Ferrari. Deixou o dinheiro de lado para realizar o sonho de pilotar na Ferrari?
Exatamente. Eu tinha três anos de contrato com a BMW no papel e com um salário bem interessante perto do que eu já tinha visto na vida. Mas um ano só de contrato que a Ferrari me propôs foi o suficiente para ir para a equipe certa.


Você fez um ano com o Shumacher e depois vieram dois anos, 2007 e 2008. Em 2007, cedeu uma vitória para o Kimi ser campeão. E em 2008 ele cedeu um segundo lugar para você disputar um título. O que é ser um piloto Ferrari disputando um título mundial?
É uma experiência única. Uma experiência incrível, ainda mais correndo no Brasil. Acho que foi um ano maravilhoso. Não foi na última corrida que eu perdi o título, porque fiz uma excelente corrida. Aconteceu um pouco antes, em outras corridas, em que não consegui chegar por alguns motivos. Mas essa foi uma história muito importante na minha vida.


Aí vem 2009, o acidente... Felipe, você não lembra de nada do acidente?
Não. Eu não sei nem se vi ou não a mola. Eu acho que não vi. Eu tomei aquele tranco e apaguei. O acidente não faz parte da minha memória. Lembro depois, não no momento em que acordei, mas depois de algum tempo eu tenho algumas lembranças do hospital, mas o acidente não faz parte da minha cabeça.


Você queria correr imediatamente depois do acidente, mas só voltou em 2010. Foi melhor? A Ferrari agiu corretamente com você?
Acho que sim. Até porque eu estava bem, você viu. Depois de algum tempo, estava em casa com o machucado, mas estava bem e normal. O caminho certo foi esperar para voltar quando estivesse 100% recuperado.


Felipe, já fizeram essa pergunta pra você várias vezes. Mas, o acidente não tem nada a ver com a falta de resultado?
O acidente não mudou nada do que eu era antes e do que sou hoje. Nada aconteceu dentro de mim. Então, foi uma falta de resultado mesmo o que aconteceu nos últimos anos. Eu posso garantir que não foi acidente.

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